sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Barragens e revitalização do Rio São Francisco viabilizam convivência com a seca

Barragens e revitalização da bacia do São Francisco viabilizam convivência com a seca

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Djalma Duarte/Idene
A comerciante Maria Aparecida Fátima dos Santos
A comerciante Maria Aparecida Fátima dos Santos
CLARO DOS POÇÕES (29/09/11) – Aliado a ações emergenciais de apoio aos municípios mais atingidos pela seca, trabalho este implementado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento dos Vales Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas (Sedvan) e pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), os investimentos que nos últimos anos o Governo do Estado tem feito na execução de obras que visam aumentar a oferta de recursos hídricos na região do semiárido, já tem alcançado resultados positivos. As ações estão beneficiando diretamente a população residente, principalmente, na zona rural, tanto no que se refere ao abastecimento de água como também a manutenção de pequenas atividades produtivas.
É o caso, por exemplo, do município de Claro dos Poções que tem na pecuária de corte e de leite sua principal fonte de geração de emprego e renda. Nos últimos dois anos, através do Programa de Convivência com a Seca e Inclusão Produtiva, o Governo do Estado, através da Fundação Rural Mineira (Ruralminas), construiu uma barragem próximo à nascente do Córrego Cipó, o que resolveu de vez a falta de água potável da comunidade de Poço Alto, onde residem 94 famílias. Além disso, dentro das ações de revitalização da bacia do Rio São Francisco, o município foi contemplado com a construção de cercas em áreas de nascentes e com de 59 bacias de captação de água das chuvas. Tais medidas já tem viabilizado a recuperação do lençol freático e o surgimento de novas nascentes.
“Investir em ações de médio e longo prazo, através da construção de barragens e revitalização da bacia do São Francisco são iniciativas que, efetivamente, vão possibilitar à população conviver com a seca, que é uma característica natural da região do semiárido” – observa presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural (CMDR) de Claro dos Poções, José Maria de Oliveira. Ele também destaca que a estratégia do Governo do Estado em estabelecer parcerias com as prefeituras e envolver os conselhos municipais de desenvolvimento rural na definição das prioridades de investimentos nos municípios, “tem sido fundamental para que os recursos sejam direcionados para o atendimento das reais necessidades da população”. Foi o caso da construção da barragem na comunidade de Poço Alto onde, anteriormente, já haviam sido perfurados doze poços tubulares para captação de água, porém o problema de abastecimento da população não foi resolvido pelo fato do lençol freático ter secado.
A comerciante Maria Aparecida Fátima dos Santos atesta que, “há dois anos era muito difícil manter o comércio funcionando devido à falta de água em Poço Alto. Sofremos durante muitos anos porque a água distribuída através de caminhões-pipa não era de boa qualidade. Com a construção da barragem abrimos novas perspectivas, pois toda hora que abrimos a torneira temos água em casa”, comemora.
O presidente da Associação Comunitária de Poço Alto, Renilson Mateus Feliciano da Silva entende que “um dos melhores investimentos que o município de Claro dos Poções já recebeu foi a construção da barragem. Hoje temos água em quantidade e qualidade, muito ao contrário da situação vivida há poucos anos. Muitas pessoas mudaram de Poço Alto por não suportarem o sofrimento da falta de água e, agora, graças ao apoio do Governo a realidade está bem diferente”, comemora o líder comunitário.
Prioridades
O extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), José Carlos Dias Santos salienta que a decisão da comunidade em priorizar a construção da barragem viabilizou uma solução definitiva para o problema da falta de água, até mesmo para consumo humano. Além disso, a obra construída na divisa dos municípios de Claro dos Poções e Francisco Dumont está possibilitando a revitalização do Córrego Cipó.
“A iniciativa do Governo do Estado em definir diretamente com os conselhos municipais de desenvolvimento rural as prioridades de investimentos nos municípios se constitui numa política pública de fundamental importância. Isso porque, os investimentos são canalizados para a solução dos problemas que a população convive diretamente e que, muitas vezes, não são do conhecimento dos governantes”, salienta José Carlos Dias.
Concordando com a afirmativa do extensionista da Emater, o presidente do CMDR observa que “a partir do momento que as comunidades são envolvidas na definição das prioridades de investimentos, o critério político deixa de direcionar o destino da sociedade. Isso porque, passa-se a prevalecer a opinião das comunidades que conhecem de perto suas necessidades”.
Ainda neste ano Claro dos Poções será contemplado com a implementação de outros cinco projetos aprovados pelo Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais – (Idene), através do Programa de Combate à Pobreza Rural. Trata-se da implantação de quatro projetos de abastecimento de água em comunidades rurais e um voltado para a geração de emprego e renda, mais especificamente no incremento da produção de farinha. “Embora o investimento seja de pouco mais de R$ 49 mil, trata-se de cinco novas iniciativas que vão evitar o êxodo rural”, conclui o presidente do CMDR.