quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Projeto mineiro de combate à pobreza beneficia assentados

 

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Divulgação/Sedvan
Famílias do assentamento ganharam agroindústria para produzir doces
Famílias do assentamento ganharam agroindústria para produzir doces
BURITIZEIRO (10/08/11) - Doces, licores e polpas de frutas. Todos esses produtos são fabricados por famílias do assentamento São Francisco Cepav, em Buritizeiro, região Norte de Minas. Desde 2010, a atividade ganhou um novo estímulo, com a implantação de uma agroindústria, na comunidade de Jatobá. As famílias passaram a trabalhar em associativismo e os produtos ganharam em qualidade, fato considerado importante pelos assentados para a conquista de novos mercados.
Os recursos para a implantação da agroindústria, da ordem de R$ 70 mil, são provenientes do Projeto de Combate à Pobreza Rural (PCPR), implementado pelo Governo de Minas. A verba foi utilizada na construção do prédio da fábrica, enquanto os equipamentos instalados pertencem às famílias.
Para receber o benefício, os assentados contaram com o trabalho da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG). Os extensionistas do escritório de Buritizeiro se reuniram com as famílias e o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS) para identificar as prioridades do grupo. Em seguida, os técnicos da empresa elaboraram um projeto, que foi aprovado pelo Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene), órgão que coordena o projeto.
Ao todo, 40 famílias da Associação dos Produtores Rurais do Jatobá (Apruja) foram beneficiadas. Com a implantação da agroindústria, os assentados passaram a trabalhar em associativismo. Para o extensionista Carlos Antunes de Freitas Júnior, esse foi um dos principais benefícios com a construção da fábrica. “O trabalho em associativismo fortalece o grupo e é importante para conquistar espaço no mercado”, diz o extensionista.
De acordo com Carlos Antunes, outro ponto positivo é que, agora, as famílias têm um local apropriado para produzir seus produtos. “Com essa fábrica, a qualidade dos produtos deve aumentar”, afirma o técnico.
Produtos
Os produtos do grupo são comercializados em Buritizeiro e cidades vizinhas. A matéria-prima vem direto do Cerrado. São frutas típicas da região, como pequi, cagaita e buriti, entre outros. As famílias recebem todas as orientações dos extensionistas da Emater, desde os procedimentos de boas práticas de fabricação até a venda.
Segundo o presidente da Apruja, Plácido da Silva, a produção de doces, licores e polpas é importante para as famílias assentadas. Para ele, a implantação da fábrica é fundamental para o desenvolvimento da atividade. “É uma boa alternativa de renda. O dinheiro que as famílias ganham com a venda dos produtos ajuda a cobrir as despesas de casa”, explica Plácido da Silva.
De acordo com o presidente da Apruja, os produtos fabricados pelas famílias dos assentados têm boa aceitação no mercado. “Os consumidores gostam dos doces e licores. A demanda é boa”, diz Plácido da Silva. Mas, o grupo quer mais e a intenção é conquistar novos mercados. “Com a implantação da agroindústria e com o trabalho em associativismo podemos ampliar nosso mercado”, diz o presidente da Apruja.
Desenvolvimento
O PCPR é desenvolvido pelo Governo de Minas com apoio do Banco Mundial (Bird). Seu objetivo é desenvolver ações para amenizar a pobreza e buscar soluções para desenvolver as comunidades onde atua, financiando projetos comunitários. A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Estado Extraordinária para o Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e do Norte de Minas (Sedvan), por meio do Idene. Ao todo, 188 municípios são beneficiados.
A Emater trabalha em parceria com as comunidades. Os extensionistas participam de reuniões com os Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS) e associações para identificar as prioridades dos municípios. A partir dessas reuniões, são definidos quais projetos do PCPR serão implantados.
É o extensionista da Emater quem elabora projetos técnicos que serão encaminhados para aprovação dos conselhos e, posteriormente, ao Idene, que avalia as propostas. A assinatura dos convênios viabiliza o repasse dos recursos diretamente na conta das entidades que representam os agricultores. Após a implantação dos projetos, a Emater continua prestando assistência às famílias e acompanhando o desenvolvimento dos projetos.
Em 2010, foram atendidas 21.913 famílias com a elaboração de 378 subprojetos. Em 2011, a previsão é de que sejam implantados 363 projetos nas categorias: Produtivo, Infraestrutura e Social. A iniciativa vai beneficiar 21,5 mil famílias dos vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte do Estado.