sexta-feira, 29 de julho de 2011

Futuros moradores do Conjunto Habitacional Bem-Te-Vi visitam suas novas moradias em BH





Noventa famílias de futuros moradores do Conjunto Habitacional Bem-te-vi I, na rua Armando Greco, 350, no bairro Juliana, na região Norte, vão conhecer, neste sábado, dia 30, às 9h, os apartamentos para onde devem se mudar até o final do ano. O empreendimento está sendo construído através do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS), com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal. Foram investidos cerca de R$ 5,2 milhões.

O conjunto é constituído por cinco blocos de quatro e cinco pavimentos, com quatro apartamentos por andar, além de estacionamento. No total são 90 unidades, sendo 36 de três quartos, sala, varanda com porta de correr, cozinha americana, banheiro, área de serviço e 59 metros quadrados de área construída. Os 54 apartamentos de dois quartos possuem a mesma estrutura e 45 metros quadrados de área construída. Além disso, hidrômetros e medidores de energia elétrica são individualizados.

Segundo o diretor de Habitação da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel), José Flávio Gomes, todas as famílias contempladas se encaixam nos critérios definidos pela política municipal de habitação, como ter renda até cinco salários mínimos, morar de favor ou de aluguel, residir no município há pelo menos dois anos e não ter sido beneficiado em outro programa habitacional do governo. “São 28 famílias indicadas por Núcleos de Sem Casa do Orçamento Participativo da Habitação (OPH), 60 famílias inscritas no programa Crédito Solidário e que passaram a ser atendidas pelo FNHIS e duas famílias retiradas de área de risco”, disse.

Ana Maria de Jesus, de 45 anos, é uma das beneficiadas. Há dez anos participa das reuniões do Núcleo de Sem Casa Moradia para Todos, do bairro Lagoinha. Ela vai morar em um dos apartamentos com o marido, seis filhos e um neto. Ana trabalha separando materiais em uma estação de reciclagem, o marido é empregado de um supermercado e um dos filhos há dois meses conseguiu emprego em uma firma contratada pela Prefeitura. A renda familiar é de cerca de três salários mínimos.

Atualmente, a família vive no bairro Aparecida, na região Noroeste, em uma moradia de dois quartos, banheiro e cozinha. O espaço é apertado para 27 pessoas – ela, o marido, nove filhos e 16 netos. Na hora de dormir eles colocam colchões por toda a casa. “Meu marido trabalha à noite, então eu durmo com mais quatro crianças na minha cama e o resto dorme junto pelo chão. Nada fica no lugar porque é difícil acomodar tanta gente. Vou realizar um sonho indo para a minha casa própria”, contou.

Acompanhamento

Desde maio, Ana Maria participa das reuniões de pré-morar realizadas pela Urbel de 15 em 15 dias para preparar os contemplados para a nova vida em condomínio. Através de dinâmicas de grupo, vídeos, trabalhos de montagem de maquete e confecção de cartazes, discussões e brincadeiras, são trabalhados temas como comportamento, mudanças, regimento interno, conflitos e outros. A metodologia é participativa e as pessoas são sempre estimuladas a apresentar suas ideias. Durante o pré-morar, elas elaboram o regimento interno do condomínio, elegem o síndico, decidem sobre qual será o apartamento de cada família e ainda se integram, pois serão vizinhos.

Após a mudança, a Urbel ainda faz o acompanhamento social por mais seis meses, desenvolvendo atividades de geração de renda, educação ambiental, capacitação dos síndicos para a gestão do condomínio e mediando os primeiros conflitos que porventura aparecerem.