terça-feira, 17 de abril de 2012

Em iniciativa pioneira, Escola Estadual cria Código de Ética do Aluno



Alunos e professores de Teixeiras, na Zona da Mata, participaram da elaboração do documento
SEE / Divulgação
Documento construído com a participação dos estudantes, estabelece os direitos e deveres dos alunos
Documento construído com a participação dos estudantes, estabelece os direitos e deveres dos alunos
Em uma iniciativa pioneira, alunos e professores da Escola Estadual Doutor Mariano da Rocha, na cidade de Teixeiras, na Zona da Mata, criaram o Código de Ética do Aluno. O documento, construído com a participação dos estudantes, estabelece os direitos e deveres dos alunos.
Entre os deveres apontados estão: estabelecer um projeto de vida; ter sonhos; respeitar os profissionais e colegas; e preservar os móveis, o espaço físico e todos os equipamentos da escola. Em relação aos direitos, o documento estabelece: ter o direito de falar e ser ouvido; receber ensino de qualidade; e correção de todas as atividades, testes, provas e tarefas.
“Começamos a questionar direitos e deveres dentro do espaço escolar e identificamos a necessidade de um código de conduta, mas que saísse dos próprios alunos, pois assim seria mais receptivo”, destaca a diretora da escola, Maria Amélia Faria Fialho Machado.
A unidade de ensino atende a cerca 900 alunos dos anos finais do ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos. A Escola Estadual Doutor Mariano da Rocha pretende, assim, reforçar a premissa do convívio social para toda a comunidade escolar.
O projeto teve início com os alunos participantes do Programa Educacional de Atenção ao Jovem (Peas), da Secretaria de Estado de Educação (SEE). Dentro da oficina “Juventude e Formação Cidadã no Contexto Escolar”, os estudantes realizaram pesquisas sobre o conceito de direito e sua aplicação. Os alunos fizeram, ainda, estudos sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
“Partimos da premissa de que um direito não se faz valer sozinho, ele precisa de toda a sociedade. Nesse código, os estudantes destacaram os direitos e deveres que deveriam seguir, mas sem infringir as legislações e orientações já existentes para o espaço escolar,”, explica professora e coordenadora do Peas na escola, Angélica das Graças Saraiva Souza Ferreira.
O trabalho ganhou novas adesões, com o envolvimento de todos os alunos e professores da escola. “A gente se reunia na escola na parte da tarde e fomos elaborando algumas informações para passar para os alunos. Depois a gente voltava para as salas e apresentava aos alunos, perguntado o que eles achavam que era direitos e deveres”, lembra a estudante do primeiro ano do ensino médio, Juliane Aparecida Rodrigues, de 14 anos.
Sobre a oportunidade de ajudar na elaboração do Código de Conduta do Aluno, Joel Júnior Pastor, de 16 anos, comenta que as chances do dicumento ser respeitado por todos são maiores, pois tem um pouco de cada um. “Os alunos convivem na escola e sabem dos problemas e necessidades. Se juntar o que eles sabem com o que os professores sabem eles vão ter mais clareza das necessidades dentro da sala de aula”, pontua.
Redação e paródia
Além do Código de Conduta, a escola vai premiar com medalhas os alunos que se destacaram em um concurso de Redações e Paródias realizado pela própria escola. “Começamos o trabalho com os direitos e deveres no ano passado, então os nossos alunos já tinham uma bagagem para trabalhar nos textos e nas paródias”, explica a professora de Língua Portuguesa, Maria das Graças de Souza Mayrink.
Entre os textos premiados está o da estudante Laís Soares Santos, de 15 anos. Em seu trabalho, a aluna do segundo ano do ensino médio falou que “todos devem buscar os seus direitos e respeitar os deveres”. “Tudo isso começa na escola, onde tem pessoas das quais podemos discordar ou concordar, mas temos que respeitar. Na escola pública, por exemplo, existem muitas culturas diferentes e o respeito tem que ser para todas”, explica.
Peas Juventude
O Programa Educacional de Atenção ao Jovem existe desde 2005, e busca promover o desenvolvimento pessoal e social de jovens do ensino médio de escolas estaduais. O Programa atua em três frentes: afetividade e sexualidade; juventude e formação cidadã; mundo do trabalho e perspectiva de vida. Em todas elas, são desenvolvidas ações que colocam o aluno no papel de protagonista, atuando como multiplicador das discussões na escola. No último ano, foram atendidos estudantes de 500 escolas estaduais de 258 municípios mineiros.