quinta-feira, 1 de setembro de 2011

RMBH tem a menor taxa de desemprego do país


RMBH tem a menor taxa de desemprego entre sete regiões metropolitanas

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José Carlos Paiva/Secom MG
Em julho, houve aumento no contingente de ocupados na construção civil
Em julho, houve aumento no contingente de ocupados na construção civil
BELO HORIZONTE (31/08/11) - Em julho de 2011, a taxa de desemprego total na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) manteve relativa estabilidade, passando dos 7,7% registrados em junho para 7,6% da População Economicamente Ativa (PEA). Pelo segundo mês consecutivo, esta é a menor taxa entre as sete regiões metropolitanas avaliadas pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada mensalmente pela Fundação João Pinheiro (FJP), Secretaria de Estado de Trabalho e Emprego (Sete), Dieese e Fundação Seade.
Assim como Belo Horizonte, as taxas do Distrito Federal (12,4%), Fortaleza (9,7%) e Recife (13,7%) mantiveram relativa estabilidade. Para Porto Alegre (8%), Salvador (15,6%) e São Paulo (11,1%) foram registrados pequenos aumentos nas taxas de desemprego.
A pesquisa apontou que a taxa de desemprego aberto na RMBH também registrou relativa estabilidade em julho, apresentando variação de 6,8% para 6,6%. “Apesar das ameaças da economia externa, todas as taxas apuradas em 2011 são menores que as do ano passado. A expectativa é que a RMBH permaneça até o fim do ano abaixo de 10%”, afirmou o coordenador da PED pela Fundação João Pinheiro, Plínio Campos.
Em uma visão mais ampla, o pesquisador avalia que a situação do Brasil, hoje, em relação a outros países, é bastante confortável. “Hoje, nas regiões metropolitanas brasileiras historicamente mais críticas, temos taxas de desemprego menores do que as dos países afetados pela crise econômica como, por exemplo, a Espanha, que divulgou ontem uma taxa de 23% da população desempregada”, observou Campos.
Comparando julho a junho de 2011, houve aumento no contingente de ocupados da RMBH na construção civil (6%), comércio (3,9%) e no agregado “outros setores” (3,3%). O setor de serviços registrou ligeira variação positiva (0,3%), enquanto, em movimento contrário, houve redução de ocupações na indústria (1,6%).
Formalização
Seguindo a tendência de crescimento da formalização do emprego no país, entre junho e julho de 2011 o setor privado teve acréscimo de 6 mil ocupações com carteira assinada, enquanto o contingente de trabalhadores sem registro diminuiu em 11 mil. No setor público, houve crescimento de 11 mil postos de trabalho e, entre os autônomos, o aumento foi de 19 mil ocupações. No período, foram registrados 4 mil novos postos de trabalho no contingente de empregados domésticos.
“Mesmo com um crescimento de 19 mil pessoas entre os autônomos em julho, ao se analisar os números dos últimos 12 meses, verifica-se a diminuição de 66 mil ocupações neste segmento entre os trabalhadores da RMBH. Este fator comprova que o mercado de trabalho está se formalizando no país”, avaliou Campos.
Rendimentos
Em julho de 2011, o rendimento real médio dos ocupados apresentou decréscimo de 3%, sendo estimado em R$ 1.355, enquanto o salário real médio diminuiu 2,4% e foi estimado em R$ 1.340. Entre os autônomos a variação também foi negativa (3,9%) e o rendimento médio foi estimado em R$ 1.214.
Da mesma forma, o setor privado registrou decréscimo de 1,9% no salário médio da indústria, de 5,4% no salário médio do comércio e de 1,0% no setor de serviços. “A tendência é que mais de 80% dos produtos sofra reajustes no INPC e isso infere diretamente no bolso do trabalhador. Não é o empregador que está pagando menos, é o efeito corrosivo da inflação sobre o rendimento”, concluiu a economista do Dieese, Regina Camargos.