quinta-feira, 28 de julho de 2011

Dia mundial de combate à hepatite é marcado por ações em BH




A hepatite viral, doença que ataca o fígado, é considerada um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Por isso, o 28 de julho marca o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais. Para aumentar a conscientização e o entendimento sobre os vírus das hepatites e as doenças causadas por eles, a Associação Mineira de Portadores do Vírus da Hepatite (Amiphec), com o apoio da Prefeitura de Belo Horizonte, realiza nesta quinta-feira, dia 28, às 14h, na Praça Sete, uma mobilização com a população. A abertura do evento contará com a presença da Banda da Polícia Militar. Em seguida, os participantes seguirão em cortejo até a Praça da Rodoviária com distribuição de material educativo e preservativos à população.

As hepatites virais são doenças causadas por quatro tipos diferentes de vírus (confira os tipos de vírus no box nesta página) e possuem características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais semelhantes, podendo ser tratadas com antivirais. Segundo a presidente da Amiphec, Ruth Peixoto, a doença é silenciosa e nem sempre apresenta sintomas. “O evento pretende conscientizar as pessoas para a prevenção do vírus da hepatite e as doenças causadas por ele”, alertou. Ruth ressaltou que, embora a maioria dos portadores não saiba que tem a doença, são capazes de transmiti-la a qualquer momento. A doença preocupa pela quantidade de indivíduos atingidos e pela possibilidade de complicações e evolução para formas crônicas, podendo levar à cirrose e ao câncer de fígado.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), em 2009 foram registrados 390 casos de hepatite em Belo Horizonte, sendo 46 do tipo A, 187 do B e 157 do C. Em 2010, foram registrados 463 casos de hepatite, com 27 do tipo A, 195 do B e 241 do C. Em 2011, até o momento, foram registrados 150 casos, sendo seis do A, 52 do B e 92 do C.

A Organização Mundial da Saúde estima que existam cerca de 325 milhões de portadores crônicos da hepatite B e 170 milhões da hepatite C no mundo. A maioria das pessoas desconhece sua condição, agravando a cadeia de transmissão da infecção e as formas crônicas da doença.

Testes

Segundo o coordenador do programa de Doenças Sexualmente Trasmissíveis (DST), Aids e Hepatites Virais da Secretaria Municipal de Saúde, Mateus Westin, os testes para hepatite podem ser realizados em qualquer um dos 147 centros de saúde da capital e no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), especializado em pré e pós teste. O CTA está localizado na rua Joaquim Felício 141, no bairro Sagrada Família, e funciona das 8h às18h nos dias úteis. “A capital conta com dois centros de serviços de atenção especializada para tratamento de hepatite viral e três conveniados (Unifenas, Ambulatório do Hospital da Baleia e Ambulatório do Hospital Eduardo de Menezes)”, contou.

Belo Horizonte possui o programa BH de Mãos Dadas Contra a Aids, voltado para a educação em saúde, que promove oficinas que contemplam a temática afetivo sexual e de prevenção às DST, Aids e Hepatites Virais. “Ao ano, são realizados cerca de 70 cursos para turmas de 25 pessoas. As formações são destinadas à sociedade civil organizada, escolas, centros de saúde, centros de referências de assistência social e especializados, além de núcleos comunitários”, disse Mateus.

Tipos de hepatites virais

- Hepatite A: Também é conhecida como hepatite contagiosa. Sua transmissão se dá por fezes infectadas, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus.

- Hepatite B: Como o vírus está presente no sangue, no esperma e no leite materno, a hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível. Sua transmissão ocorre por relações sexuais sem o uso da camisinha com uma pessoa infectada, ao compartilhar seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam da mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação.

- Hepatite C: O vírus também está presente no sangue. Entre as causas de transmissão estão a transfusão de sangue, o compartilhamento de seringas contaminadas ou outros objetos que furam ou cortam, como alicates, giletes e instrumentos cirúrgicos, tatuagens e acupuntura, da mãe infectada para o filho durante a gravidez, sexo sem camisinha com uma pessoa infectada (forma mais rara de infecção).

- Hepatite D: A hepatite D, também chamada de Delta, é causada pelo vírus D (VHD). Esse vírus depende da presença do vírus do tipo B para contaminar uma pessoa. A transmissão ocorre da mesma forma que a hepatite B e também é uma doença sexualmente transmissível. A gravidade da doença depende do momento da infecção pelo vírus D. Pode ocorrer ao mesmo tempo em que a contaminação pelo vírus B ou atacar portadores de hepatite B crônica.

- Hepatite E: De ocorrência rara no Brasil e comum na Ásia e África, a hepatite do tipo E é uma doença infecciosa viral. A transmissão do vírus é fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus.

Sintomas

Na maioria das vezes, as hepatites virais são silenciosas e só são diagnosticadas em exames de rotina ou durante a investigação de um quadro específico. Os sintomas mais frequentes são cansaço, tontura, enjoo, vômito, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

Prevenção

A prevenção das hepatites está baseada em evitar locais de risco, evitar atitudes e procedimentos de risco, cuidados higiênicos e sexuais e vacinação. Como medidas preventivas há algumas vacinas que, de modo geral, não possuem contra indicações e sim épocas adequadas para aplicação. A vacina contra a hepatite B, a mais comum, está disponível na rede pública de saúde para pessoas até 19 anos, ou grupos específicos de qualquer idade, como profissionais do sexo e homossexuais.