sábado, 18 de junho de 2011

Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade amplia capacidade com nova ala

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Carlos Alberto/Secom MG
A unidade não possui celas com grades, mas sim quartos
A unidade não possui celas com grades, mas sim quartos
VESPASIANO (17/06/11) - As detentas grávidas que cumprem pena em unidades prisionais de Minas Gerais passarão a ser transferidas para o Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), ao entrarem no sétimo mês de gestação. Primeira do país a ser construída para abrigar, exclusivamente, presas com filhos de até um ano, a unidade teve sua capacidade duplicada com a inauguração, nesta sexta-feira (17), de uma nova ala com 40 vagas.
De acordo com o secretário de Estado de Defesa Social, Lafayette Andrada, a ampliação permitirá que as presas recebam cuidados especiais, em um espaço criado especialmente para recebê-las, desde a fase final da gestação. “Minas Gerais é o único Estado que tem uma unidade como essa, que agora passa a receber as gestantes imediatamente após elas completarem o sexto mês de gestação. Continuaremos firmes no propósito da humanização e da ressocialização do sistema prisional em Minas Gerais”, afirmou. O secretário lembrou que o Estado é referência nacional na gestão do sistema penitenciário.
A solenidade realizada no Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade marcou também a inauguração de um Núcleo de Saúde, onde serão realizados os atendimentos médicos e de assistência psicossocial. O local é destinado ainda a servir de base para os profissionais especializados no atendimento de mulheres e bebês, como pediatras, ginecologistas e enfermeiros.
Investimentos
A construção do anexo e do núcleo de saúde demandou um investimento de R$ 387 mil por parte do Governo do Estado. Para o subsecretário de Administração Prisional, Murilo Andrade de Oliveira, a ampliação do Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade representa mais uma vitória do sistema prisional. “Hoje não estamos apenas inaugurando, mas ampliando a ideia de garantir melhor cuidado e maior atenção às presas mineiras que estão grávidas, media que já serve de espelho para todo o Brasil”, relata.
A detenta Poliana Grace, de 25 anos, conta que foi transferida para o Centro de Referência há quatro meses, quando seu filho nasceu. Antes do parto ela havia passado pelo Presídio Floramar, em Divinópolis, no Centro-Oeste do Estado, e pelo Complexo Penitenciário Feminino Estêvão Pinto, em Belo Horizonte. “Aqui é diferente, porque podemos manter perto de nós a nossa razão de viver, que são nossos filhos”, explica. Ela destaca que considera uma boa ideia as presas serem transferidas para a unidade ainda na fase final da gestação. “As grávidas ficam mais sensíveis. Isso é muito bom, porque aqui temos a chance de começar a conviver com outras crianças, antes mesmo do nascimento dos nossos filhos”.
Estrutura
O Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade foi inaugurado em janeiro de 2009, para permitir que as presas que são mães fiquem com seus filhos até que eles completem um ano de idade. Após esse período, a Justiça decide sobre a guarda da criança, encaminhando-as normalmente para familiares mais próximos das detentas.
O imóvel que serve como sede da unidade abrigava uma clínica de saúde e foi reformado e adaptado para proporcionar um contato mais próximo entre mães e filhos. O espaço possui alojamentos, lavanderia, área de convivência, dois pátios para banho de sol, refeitório, enfermaria, consultório odontológico e médico e salas de atendimento. Toda a parte administrativa também funciona no local.
A unidade não possui celas com grades, mas sim quartos nos quais cada cama tem um berço ao lado. As portas internas ficam abertas e as presas podem circular pelo espaço com seus filhos. Outro diferencial do Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade é a formação dos profissionais: a maior parte das agentes penitenciárias são técnicas em enfermagem, o que possibilita um pronto-atendimento em casos de emergência e demandas pré ou pós-parto. Elas também estão habilitadas a orientar as mães sobre os cuidados com o recém-nascido, amamentação, cura do umbigo e no tratamento de doenças de menor gravidade em crianças de até um ano.