sexta-feira, 1 de julho de 2011

Minas Gerais vai implementar modelo pioneiro de território de agricultura irrigada

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Divulgação/Seapa MG
O modelo foi discutido durante o Fórum Nacional de Agricultura Irrigada
O modelo foi discutido durante o Fórum Nacional de Agricultura Irrigada
BELO HORIZONTE (30/06/11) - Minas Gerais vai implantar um modelo pioneiro de território de agricultura irrigada do país, que será criado na bacia do rio Paranaíba, no Triângulo Mineiro. O modelo vai usar como base as 36 Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos já estabelecidas pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). As diretrizes foram discutidas na etapa mineira do Fórum Nacional de Agricultura Irrigada, que reuniu cerca de 100 técnicos, nesta quinta-feira (30), em Belo Horizonte.
Segundo o secretário-adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Paulo Romano, os territórios reúnem condições socioambientais, culturais e econômicas homogêneas, ampliando as possibilidades de soluções para os conflitos relacionados ao uso de recursos hídricos. “Ao estabelecer o conceito de território, pretende-se estimular a gestão participativa nas questões de uso da água. E a integração com os usuários e outros órgãos é condição fundamental para alcançar a sustentabilidade na irrigação”, afirma.
Ele explica ainda que a bacia do Paranaíba foi escolhida por ser uma região com tradição na agricultura irrigada, além de apresentar um alto nível de organização dos usuários. “Cerca de 90% da cafeicultura, no município de Araguari (que pertence à bacia do Paranaíba), são conduzidos sob o sistema de irrigação. E o surgimento de conflitos é proporcional ao crescimento da demanda pela água. A função dos territórios é reunir todos os usuários numa mesa de negociação, buscando soluções sustentáveis nas regiões de cada bacia”.
Panorama
No fórum, também foi apresentado o panorama da agricultura irrigada no Estado e no Brasil. Minas Gerais tem amplo potencial de crescimento no uso da irrigação. O Estado possui área irrigada de 525 mil hectares, mas tem capacidade para irrigar 3 milhões de hectares, de maneira sustentável, respeitando as condições topográficas, climáticas e socioambientais, e de acordo com o uso adequado das águas para as diversas finalidades. Em nível nacional, o quadro se repete. O país possui área irrigada de aproximadamente 5 milhões de hectares, mas tem potencial de irrigar cerca de 30 milhões de hectares.
Segundo o secretário nacional de Irrigação do Ministério da Integração Nacional, Ramon Flávio Rodrigues, é preciso desmistificar a ideia de que a irrigação é a vilã do meio ambiente. “Existem duas maneiras de se aumentar a produção de alimentos. Ou aumentamos a área plantada, abrindo novas fronteiras agrícolas, ou melhoramos a produtividade das lavouras existentes por meio da irrigação”, explica.
O Plano Diretor de Agricultura Irrigada de Minas Gerais foi apresentado aos participantes. O estudo pioneiro vai balizar as ações do Governo de Minas, com a criação de uma política pública voltada para o uso racional das áreas com potencial para irrigação. Para o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Nascimento, é fundamental aproveitar o potencial da irrigação como forma de atender a crescente demanda mundial por alimentos. “Estamos trabalhando para consolidar Minas como grande celeiro do Brasil e do mundo”, afirma.
Durante o evento, foi assinado o Termo de Cooperação Técnica entre as secretarias de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), com o objetivo de compartilhar informações para a implantação dos Planos Diretores de Recursos Hídricos e de Agricultura Irrigada.
Também participaram fórum, a diretora-geral do Igam, Cleide Isabel Pedrosa de Melo; o deputado estadual, Antônio Carlos Arantes; o secretário de Agricultura de Pernambuco, Ranilson Brandão Ramos; e o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do rio Araguari, Wilson Shimizu.