Divulgação/Seapa MG
O modelo foi discutido durante o Fórum Nacional de Agricultura Irrigada
Segundo o secretário-adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Paulo Romano, os territórios reúnem condições socioambientais, culturais e econômicas homogêneas, ampliando as possibilidades de soluções para os conflitos relacionados ao uso de recursos hídricos. “Ao estabelecer o conceito de território, pretende-se estimular a gestão participativa nas questões de uso da água. E a integração com os usuários e outros órgãos é condição fundamental para alcançar a sustentabilidade na irrigação”, afirma.
Ele explica ainda que a bacia do Paranaíba foi escolhida por ser uma região com tradição na agricultura irrigada, além de apresentar um alto nível de organização dos usuários. “Cerca de 90% da cafeicultura, no município de Araguari (que pertence à bacia do Paranaíba), são conduzidos sob o sistema de irrigação. E o surgimento de conflitos é proporcional ao crescimento da demanda pela água. A função dos territórios é reunir todos os usuários numa mesa de negociação, buscando soluções sustentáveis nas regiões de cada bacia”.
Panorama
No fórum, também foi apresentado o panorama da agricultura irrigada no Estado e no Brasil. Minas Gerais tem amplo potencial de crescimento no uso da irrigação. O Estado possui área irrigada de 525 mil hectares, mas tem capacidade para irrigar 3 milhões de hectares, de maneira sustentável, respeitando as condições topográficas, climáticas e socioambientais, e de acordo com o uso adequado das águas para as diversas finalidades. Em nível nacional, o quadro se repete. O país possui área irrigada de aproximadamente 5 milhões de hectares, mas tem potencial de irrigar cerca de 30 milhões de hectares.
Segundo o secretário nacional de Irrigação do Ministério da Integração Nacional, Ramon Flávio Rodrigues, é preciso desmistificar a ideia de que a irrigação é a vilã do meio ambiente. “Existem duas maneiras de se aumentar a produção de alimentos. Ou aumentamos a área plantada, abrindo novas fronteiras agrícolas, ou melhoramos a produtividade das lavouras existentes por meio da irrigação”, explica.
O Plano Diretor de Agricultura Irrigada de Minas Gerais foi apresentado aos participantes. O estudo pioneiro vai balizar as ações do Governo de Minas, com a criação de uma política pública voltada para o uso racional das áreas com potencial para irrigação. Para o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Nascimento, é fundamental aproveitar o potencial da irrigação como forma de atender a crescente demanda mundial por alimentos. “Estamos trabalhando para consolidar Minas como grande celeiro do Brasil e do mundo”, afirma.
Durante o evento, foi assinado o Termo de Cooperação Técnica entre as secretarias de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), com o objetivo de compartilhar informações para a implantação dos Planos Diretores de Recursos Hídricos e de Agricultura Irrigada.
Também participaram fórum, a diretora-geral do Igam, Cleide Isabel Pedrosa de Melo; o deputado estadual, Antônio Carlos Arantes; o secretário de Agricultura de Pernambuco, Ranilson Brandão Ramos; e o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do rio Araguari, Wilson Shimizu.