Cidade sustentável, BH inaugura usina que gera energia elétrica através do lixo |
Belo Horizonte ganhou nesta quinta-feira, dia 14, a primeira Central de Aproveitamento Energético do Biogás, o maior projeto mitigador de efeito estufa na capital. Inaugurada pelo prefeito Marcio Lacerda, a usina está localizada na Central de Tratamento de Resíduos Sólidos (BR-040, km 513, bairro Jardim Filadélfia, na região Noroeste). A usina, pioneira em Minas Gerais e a quarta instalada no Brasil, processa e queima o gás metano gerado a partir da decomposição do lixo depositado no antigo aterro sanitário da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU). Além disso, a energia gerada é comprada pela Companhia Energética do Estado de Minas Gerais (Cemig) e distribuída em sua rede. A central permite captar e fazer a combustão do biogás presente no aterro, evitando assim os problemas ligados à sua emissão descontrolada na atmosfera, como odores, perigos de incêndio e aumento do efeito estufa. “São 25 milhões de toneladas de resíduos que foram depositados no aterro ao longo de 20 anos e que produzem o gás metano pela decomposição da matéria orgânica. Ao mesmo tempo em que protegemos o meio ambiente, geramos riqueza com a produção da energia elétrica de forma sustentável”, disse Marcio Lacerda. De acordo com o presidente da Cemig, Djalma Bastos de Morais, com essa inauguração, Belo Horizonte dá um importante passo no aspecto socioambiental. “É a efetivação de um produto de grande repercussão para a sociedade e para o futuro do setor energético, com a proposta de aproveitar os resíduos que geramos ao invés de descartá-los na natureza”, ressaltou. Proteção do meio ambiente Desativado desde 2007, o antigo aterro recebia cerca de 4 mil toneladas de resíduos por dia. As 25 milhões de toneladas aterradas fermentam e produzem o biogás, mistura gasosa composta por cerca de 50% de metano. Este gás, além de ser altamente inflamável, é prejudicial para o meio ambiente, pois seu impacto sobre o efeito estufa é 21 vezes superior ao impacto causado pelo gás carbônico. Com a central, a SLU contribui para a redução das emissões responsáveis pelo efeito estufa, deixando de lançar na atmosfera cerca de 4 milhões de toneladas equivalentes de dióxido de carbono em 15 anos. O biogás também é utilizado como combustível para fazer funcionar três motores capazes de gerar energia elétrica de 1,426 megawatts cada, totalizando 4,278 megawatts de potência, o suficiente para abastecer até 20 mil casas de baixo consumo, relativo ao consumo inferior a 100 kilowatts hora por mês. Superintendente da Limpeza Urbana da capital, Eduardo Hermeto contou que a estação foi criada a partir de um propósito da SLU de aproveitar o gás do aterro para gerar energia. “Esse é o primeiro projeto em Minas Gerais e isso é resultado de um grande avanço da Prefeitura por meio da SLU”, disse. Exploração do biogás A planta da Central de Aproveitamento Energético do Biogás foi projetada e construída pelo Consórcio Horizonte Asja, vencedora da licitação realizada pela Prefeitura. A empresa tem concessão para explorar o local durante 15 anos, já tendo pago à PBH, em 2008, R$ 16 milhões referentes ao contrato de concessão para a exploração do biogás gerado no aterro sanitário da Central de Tratamento de Resíduos Sólidos da BR-040. A Prefeitura recebe 6% do valor da energia comercializada com a Cemig. “Esse é um projeto inovador com um efeito ambiental importante de destruição de componentes poluentes e de viabilidade econômica. E a nossa expectativa é aumentar em 20% o volume gerado de energia em setembro”, contou o administrador da Asja, Enrico Maria Roveda. O empreendimento recebeu o registro do Conselho Executivo das Nações Unidas como projeto Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), permitindo ao Consórcio Horizonte Asja a obtenção e comercialização no mercado internacional das Reduções Certificadas de Emissões (RCE), em conformidade com o Protocolo de Quioto. Benefícios da Central de Aproveitamento Energético do Biogás - Geração de energia elétrica - Melhoria das condições ambientais - Redução do mau cheiro nos bairros vizinhos - Minimização de risco de incêndio - Redução das emissões responsáveis pelo efeito estufa - Redução dos efluentes atmosféricos - Aumento da estabilidade do aterro - Transferência de tecnologia - Geração de empregos e capacitação profissional |
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