quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Moradores do Aglomerado da Serra pedem a extinção da ROTAM

Moradores do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, e membros da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Minas Gerais pediram na terça-feira (22) a extinção da Rotam (Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas). No último sábado (19), duas pessoas da comunidade morreram durante uma suposta troca de tiros com agentes da corporação.
Ontem, o ouvidor geral da Polícia de Minas Gerais, Paulo Vaz Alkmin, afastou a hipótese de atuação de milícias no local, durante visita à Serra.

Segundo o ouvidor, o órgão recebeu cinco denúncias contra policiais na região em 2010.
- As reclamações incluem desvio de conduta, violência física e verbal. Enfim, abuso de autoridade e excesso de rigor.
Ele acrescentou que uma das acusações era de que militares estariam cobrando propina de traficantes. Também será apurada a informação de que homens da Rotam seriam donos da maioria das máquinas caça-níquel do aglomerado.

Mas Alkmin descartou a hipótese de que uma milícia esteja atuando livremente na favela.
- Para se considerar uma milícia, seria necessário identificar uma base fixa na região, onde policiais estivessem controlando o comércio e serviços como distribuição de gás, energia elétrica, internet e TV a cabo.

Todas as denúncias foram encaminhadas para o Setor de Inteligência da PM.

A apuração das queixas, porém, surte pouco efeito sobre uma comunidade ainda aterrorizada com as mortes de Jefferson Coelho da Silva, 17 anos, e Renilson Veriano da Silva, 39. Na terça-feira, duas das sete escolas da região permaneceram fechadas de manhã. Três linhas de ônibus que tiveram veículos carbonizados durante o final de semana não voltaram a circular pelas vilas. Parte dos imóveis continuava sem energia elétrica.

Também presente no aglomerado, o assessor de Comunicação da PM, tenente-coronel Alberto Luiz Alves, garantiu que todos os serviços serão regularizados. Segundo ele, seria realizada uma reunião com empresários do setor de transporte para avisá-los de que a “situação está sob controle” e que, por isso, as atividades podem ser retomadas.

Portal R7